sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Amores passados..

Hoje de manhã ouvi na rádio o seguinte comentário: "Todos os homens pensam num grande amor do passado." O comentário veio acompanhado logo a seguir com " e as mulheres também".
Provavelmente deve ter sido um comentário originado pela onda de filmes romântico/lamechas em que ele (ou ela) têm uma relação com alguém, mas por vários motivos acabam e posteriormente, após mesmo andarem com outras pessoas, voltam para os braços um do outro, porque foi sempre aquele/a o/a tal...

Fiquei a pensar no comentário da rádio...
Efectivamente, acho que toda a gente pensa em alguém que nos marcou de forma significativa há muito tempo atrás. Com efeito, essa pessoa partilhou momentos, situações, confidencias, intimidade... Tudo isso fica na memória... Mas no coração já é outra coisa muito diferente.
Falando por experiênia própria, creio que penso em amores passados como termo de comparação. Sei que as pessoas nunca se deviam comparar, porque são únicas no feitio, ainda assim não consigo evitar pensar em pessoas do passado para fazer comparações com a minha situação actual.
Acho que as histórias de amor eterno, de seres que se desencontram para mais tarde se reencontrarem e deixarem tudo para ficar juntas são deveras bonitas e comoventes. Mas na realidade não conheço casos assim. Ou melhor, conheço um caso de uma antiga colega de faculdade que namorou dois anos e por interferência de terceiros acabou o namoro, mas passado um ano e meio voltaram. Durante este espaço de tempo nenhum dos dois teve relações com outras pessoas... Os dois estão casados. É uma história bonita, mas sem aquele romantismo épico de filmes hollywoodescos.

Eu acredito que se as relações não funcionam ao fim de muito tempo, é porque não deviam dar certo. Há que seguir em frente. Parece que estou a falar de ânimo leve. Mas eu sei aquilo que passei.

O meu primeiro grande amor (conheci-o na faculdade) desiludiu-me de forma muito cruel (presenteou-me com um belo par de cornos). Pensava que estava numa relação apaixonada e sincera, via o mundo cor de rosa... Até que o meu mundo desaba de forma tão estúpida e cruel. Na altura, parecia que o sofrimento não tinha fim. Ultrapassar a situação seria missão quase impossível. Para mim não havia outra pessoa senão ele. Tudo isto estava misturado pelo sentimento de humilhação. Com o passar do tempo, o sentimento foi-se desvanecendo, e dei por mim a pensar que o que sentia não era amor... Disso tenho a certeza. Mas a mágoa ficou. Por isso se ele me aparecesse à frente, não me demovia (contudo, acho que ainda tenho vontade de lhe dar uns tabefes, mas pronto...)
Por isso não compreendo as pessoas que dizem que continuam a amar os primeiros grandes amores. Acho que no fundo, para superarem a dor esqueceram-se do que correu mal e continuaram a manter uma imagem idealizada daquela "pessoa". São pessoas que não conseguem "arrumar" bem o passado.
Eu prefiro pessoas que tomem as rédeas do destino e que saibam muito bem o que querem para a vida e isso também implica saber tratar bem, não só, o nosso coração como também os sentimentos das pessoas que em tempo presente escolhemos para partilhar a nossa vida.
O passado remete a memórias. Deve ser conservado, porque faz parte da nossa história de vida, mas não passam disso mesmo, de memórias...

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