sábado, 28 de abril de 2012

Ai as aparências!

Num destes dias, enquanto estava a passear pelas ruas da cidade do Porto presenciei uma cena que me deixou perplexa.

Estava eu a passar num passeio algo apertado na rua Fernandes Tomás, quando vejo um carro estacionado quase em cima do passeio, a porta do condutor estava totalmente aberta, bloqueando completamente a passagem às pessoas.
As pessoas que estavam dentro do carro, eram jovens rapazes nos seus 18 a 20 anos e tinham aspecto de serem rastas (dois deles tinham rastas no cabelo) e boa onda. Ora, estando o passeio bloqueado às pessoas a primeira pessoa a ficar barrada foi um menino que não devia ter mais de 9 ou 10 anos, seguido do pai que estava atrás. O jovem condutor que estava em pé junto à porta do carro nem se apercebeu que o miúdo queria passar (nem sequer teve consciência que a porta aberta bloqueava a passagem às pessoas, enfim). O rapaz tentou dizer algo, possivelmente estava a pedir para passar e estendeu a mão mais para cima na direcção da porta. O homem nem se apercbeu da intenção do miúdo e começou a dizer que não "tinha nada para lhe dar" com aquele ar de pena fingido. Que nervos! O pai do rapaz que estava atrás disse logo, "Ele não está a pedir esmola! Ele quer que feche a porta para passar!"
Bem, o jovem mal se apercebeu entrou de imediato no carro mas nem um desculpa apresentou.
É preciso ter uma grande lata.
Primeiro, pensava que o passeio era todo dele, para abrir totalmente a porta do carro e deixar-se ficar assim, indiferente às pessoas que queriam passar.
Segundo, o rapaz nem tinha aspecto de mendigo, era perfeitamente normal e simples. Tanto ele como o pai.
Terceiro, refugia-se no carro, onde a malta já estava e nem um desculpa perfeitamente audível consegue emitir.

É preciso ter uma lata para se julgar as outras pessoas pelo aspecto e assumir que elas são "mendigas" quando não olham pela sua figura abaixo.

Essa cultura dos rastas e gente de boa onda, só tem imagem e não os valores que supostamente lhes estão associados. Mas isso ficará para outro post.

1 comentário:

  1. Eu sei que não devia, mas esta história fez-me rir. Era deixar-lhe uma esmola em forma de risco na porta do carro, para ele levar sempre de recordação.

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